Amamentação, a experiência da Nélia

Para mim amamentar não foi nada fácil pelo menos de inicio, só tive leite ao 7.º dia de vida da minha bébé, talvez por ter sido cesariana, não sei.
Quando se deu a subida do leite os peitos incharam tanto e confesso provocou-me imensas dores, depois vieram as gretas no mamilos, enfim a minha primeira semana de aleitamento não correu nada bem. Acho que há muito pouca ajuda por parte dos profissionais de saúde neste campo, quer nos cursos de preparação para o parto.
Logo que a Eva nascera eu é que insisti quando é que poderei dar mama, passaram-se 1 hora, 3 horas 6 horas e 24 horas, não me colocaram a menina ao peito. Mais uma vez insisti e enfermeira viu-me o mamilo e respondeu "os seu bicos não são nada bons". Chorava, porque ninguém compreendia que para mim era importante amamentar. Logo que me pude levantar sozinha, insisti com a Eva, estava sempre a colocá-la à mama, socorri-me de um livro em que mais ou menos explicava o processo da
amamentação.
Já em casa liguei para a minha irmã a perguntar qual a melhor solução para retirar o leite que tinha encaroçado, o meu marido foi de urgência comprar uma bomba tira-leite, eu coloquei imensas toalhas com água a ferver (o máximo que conseguia aguentar), massagei os peitos e tirava com a bomba. Coloquei gretalvite e consegui resolver o meu problema, aprendi como colocar correctamente a boca do bébé no mamilo.
A partir daquele momento e de ter-mos ultrapassado aquelas dificuldades (eu, a Eva e o meu marido), a amamentação passou a ser um prazer, a Eva passou a descansar melhor eu comecei a sentir-me mais segura em relação à amamentação. Dei mama exclusivamente (sem qualquer suplemento) até a Eva completar 10 meses, inclusive era o meu leite que ela bebia no berçário, levava a bomba para o emprego e lá tirava mais leite para a minha bébé. Aos 4 meses quando iniciou a alimentação sólida dava-lhe peito antes de cada refeição.
Fiquei muito triste, quando a Eva começou a desinteressar-se pela mama e o meu leite começou a escassear. Para mim o leite da mãe é um tesouro que não se deve desperdiçar.

Obrigado Nélia pela partilha da tua experiência.